anuncio site/slide

Bate Volta Fortaleza e Notícias

Maraponga: Das Águas do Açude às Correntes do Conhecimento

 


População da Regional IV: Aproximadamente 110.000 habitantes



Bairro Mais Popular: Pici - pela presença da UFC e vida universitária vibrante

O Açude que Deu Origem a Tudo

A história de Maraponga começa muito antes da urbanização, nas águas tranquilas do seu açude centenário

Construído em 1928 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), o Açude Maraponga foi durante décadas o principal sustentáculo hídrico da região norte de Fortaleza. 

Seu nome, de origem indígena, significa "o barulho da onça" - uma referência aos tempos em que a área era coberta por densa mata atlântica e o rugido das onças-pintadas ecoava pelas noites.

Curiosidade Histórica: Nos primeiros anos, o açude não apenas fornecia água para consumo humano, mas também era utilizado para irrigação das lavouras de subsistência que caracterizavam a região. 

Agricultores cultivavam feijão, milho e mandioca nas terras férteis ao redor do espelho d'água, criando uma economia local baseada na agricultura familiar que persistiu até meados da década de 1960.

A Chegada da UFC: Uma Revolução Silenciosa

O ponto de virada na história de Maraponga ocorreu em 17 de março de 1960, quando a Universidade Federal do Ceará (UFC) transferiu seu campus principal para a região do Pici. 

O que era uma área semi-rural transformou-se radicalmente com a chegada de milhares de estudantes, professores e funcionários. 

A aquisição de 720 mil metros quadrados de terras para o campus representou o maior investimento em educação superior no Norte e Nordeste na época.

Curiosidade Acadêmica: O primeiro curso a funcionar no novo campus foi Medicina Veterinária, em 1961. 

Os primeiros estudantes enfrentavam dificuldades inimagináveis hoje - a região não tinha asfalto, iluminação pública adequada e o transporte era precário. 

Muitos professores precisavam se hospedar em alojamentos dentro do próprio campus durante a semana.

O Fenômeno "Boa Viagem": Onde a Academia Encontra a Comunidade

Nos anos 1980, surgiu espontaneamente o complexo de bares e restaurantes conhecido como "Boa Viagem", que se tornaria um dos pontos de convivência mais democráticos de Fortaleza. 

O local recebeu esse nome porque ficava próximo à antiga rodoviária de mesmo nome, onde partiam os ônibus interestaduais.

Curiosidade Gastronômica: O primeiro estabelecimento do Boa Viagem foi o Bar do Didi, inaugurado em 1982, que servia cerveja gelada e tira-gosto de carne de sol para estudantes que não tinham onde esperar entre uma aula e outra. 

Hoje, são mais de 30 estabelecimentos que geram cerca de 500 empregos diretos e movimentam aproximadamente R$ 2 milhões por mês.

Patrimônio Arquitetônico e Cultural

A regional preserva importantes marcos históricos, como a Igreja de São José do Pici, construída em 1965 para atender à comunidade católica que se formava ao redor da universidade. O templo, em estilo modernista, tornou-se referência religiosa e arquitetônica.

Curiosidade Arquitetônica: O Hospital Universitário Walter Cantídio, inaugurado em 1976, foi projetado pelo renomado arquiteto cearense José Liberal de Castro, que também projetou o Edifício Diogo e o Mercado dos Pinhões. 

Seu design inovador para a época previa a expansão vertical, o que permitiu seu crescimento ao longo das décadas seguintes.

A Vida Além da Universidade

Enquanto o Pici florescia academicamente, o bairro da Maraponga desenvolvia uma identidade própria em torno do comércio local e do açude. 

Feira Livre da Maraponga, realizada às quartas-feiras e sábados, tornou-se um dos principais centros de abastecimento da região norte, conhecida pela qualidade dos produtos agrícolas e pelo artesanato local.

Curiosidade Comercial: O primeiro supermercado da região, o Supermercado Pajeú, inaugurado em 1978 na Avenida Augusto dos Anjos, foi um marco no desenvolvimento comercial da Maraponga. 

Antes dele, os moradores precisavam se deslocar até o Centro ou a Parangaba para fazer compras de maior volume.

Desafios do Crescimento e Perspectivas Futuras

O desenvolvimento acelerado trouxe desafios significativos. A mobilidade urbana tornou-se um problema crônico, especialmente nos horários de entrada e saída da UFC. 

Avenida da Universidade, principal via de acesso ao campus, opera no limite de sua capacidade há mais de uma década.

Curiosidade Urbana: Em 1995, a Prefeitura de Fortaleza implementou o primeiro corredor exclusivo para ônibus da cidade justamente na Avenida da Universidade, um projeto pioneiro que serviria de modelo para outras vias da capital. 

O sistema transporta atualmente mais de 50 mil passageiros por dia.

A Maraponga do Século XXI

Hoje, a Regional IV é um microcosmo do desenvolvimento fortalezense. Abriga desde o sofisticado Campus do Pici - com seus mais de 25 mil estudantes - até comunidades tradicionais que preservam modos de vida mais simples. 

Açude Maraponga, agora cercado pela urbanização, continua como área de lazer e ponto de encontro de pescadores amadores.

Curiosidade Contemporânea: Em 2019, a UFC inaugurou no Campus do Pici o MAUC - Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, que abriga o segundo maior acervo artístico do Norte-Nordeste, com mais de 1.500 obras, incluindo peças de Rembrandt, Picasso e Di Cavalcanti.


Quadro de Datas Comemorativas - Regional IV

BairroData SignificativaEvento PrincipalCuriosidade Adicional
Pici17 de março de 1960Instalação da UFCPrimeira aula no campus: Medicina Veterinária
Maraponga1928Construção do AçudeCapacidade original: 2,5 milhões m³ de água
Autran Nunes15 de agosto de 1970Fundação do BairroNome em homenagem ao médico Autran Nunes
Vila União12 de outubro de 1965EmancipaçãoPrimeira escola: Grupo Escolar Vila União
Amadeu Furtado1972DesenvolvimentoHomenagem ao escritor cearense
Bela Vista1968UrbanizaçãoVista privilegiada do Açude Maraponga





Destaques Populacionais da Regional IV:

  • Pici: ~45.000 habitantes (maior concentração estudantil)

  • Maraponga: ~35.000 habitantes (centro comercial tradicional)

  • Autran Nunes: ~15.000 habitantes (área residencial consolidada)

  • Vila União: ~10.000 habitantes (comunidade tradicional)

  • Demais bairros: ~5.000 habitantes

A Regional IV Maraponga representa perfeitamente a dualidade fortalezense: preserva suas raízes históricas no açude secular enquanto abraça o futuro através do conhecimento gerado na UFC. 

Uma região que prova que tradição e inovação podem, sim, coexistir harmonicamente.



Comentários

أحدث أقدم

Ads 1

🏖️ Divulgue sua Empresa no Bate e Volta Fortaleza

Alcance turistas e moradores com destaque na principal plataforma de turismo da cidade.

Anuncie Agora